25 ANOS DE CONFLITOS NA EDUCAÇÃO

Publicado em 30/05/2015 17:23:16

Mais uma vez vemos professores e professoras realizo uma paralisação, estadual e nacional, na luta por um piso salarial e fico a me perguntar: Quantos anos perdidos? Quantas gerações comprometidas por causa de um piso salarial que o magistério até hoje não conquistou de fato?
Recordo-me que em 1986 foi concedido, pelo então Governador Jair Soares, um piso salarial de 2,5 salários mínimos, após 60 dias de greve do magistério com apoio dos pais e estudantes. Neste mesmo ano foi eleito o Governador Pedro Simon.
Em 1987, eu, como Presidente da entidade representativa dos pais, a ACPM-Federação, me reuni com o futuro Governador Simon em sua casa de praia e posteriormente na sua residência em Porto Alegre, em janeiro e fevereiro, e entre tantas conversas sobre educação lhe fiz um pedido: “Governador não mecha no piso salarial conquistado pelo Magistério, pois se mexer a educação, a juventude e o seu governo serão prejudicados”.
Infelizmente, o Governador Simon ao assumir seu mato, em março, não ouviu os pais e suspendeu o pagamento do piso. Todos os gaúchos, que viveram naquela época, sabem que passamos anos e anos com greves do magistério.
Passaram-se 25 anos de conflitos, a qualidade da educação decaiu, os mestres desmotivados, gerações de estudantes comprometidas, e todos se perguntam: por quê?
Hoje, o Governo Federal instituiu um piso salarial proposto pelo então Ministro da Educação Tarso Genro. O mesmo que, agora Governador do Estado, não quer pagar o piso que propôs.
Que tristes paradoxos, um Governador deu o piso, outro tirou, um Governador (Antonio Brito) fez mudanças no plano de carreira (que dizem ser o entrave para dar o piso) e o outro Governador (Olívio Dutra) desfez algumas mudanças, mas não deu o piso de 2,5 salários para o magistério. Agora, o atual Governador não quer dar o piso que ele mesmo criou.
O mais paradoxal é que o piso de 2,5 salários de 25 anos atrás corresponde hoje a 1.550 reais, o piso que o Governo Federal criou é de 1.451 reais e o Governo Estadual quer pagar cerca de 1.260 reais. Que triste conclusão: se tivesse sido mantido desde 1987 o piso salarial não teríamos vivido 25 anos de conflitos, de consequente queda e prejuízos educacionais. São situações como essa, que nos levam, entre outras causas, a ocupar os piores índices do IDH no mundo e os últimos lugares nos indicadores de educação.
Entra governo, sai governo, independentemente de partidos políticos e ideologias, nada muda, todos os anos temos greves e mais greves em que alunos são prejudicados, a educação é comprometida e o futuro da juventude vira uma interrogação. O piso tem que ser pago, chega de greves!
Será que vamos passar mais 25 anos em conflitos, sem reconstruir a educação que o Estado, Municípios e País precisam e a sociedade clama?

Jocelin Azambuja – advogado – ex-presidente da ACPM-FEDERAÇÃO
ZH-14/03/2012

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