MAIS UM PROGRAMA DUVIDOSO NA PIRAMIDE INVERTIDA DA EDUCAÇÃO

Publicado em 30/05/2015 17:31:44

Em 2011 o Governo Federal criou um programa denominado: Ciência sem Fronteiras, com objetivo de dar bolsas de intercâmbio aos nossos estudantes de graduação e pós-graduação com bom desempenho acadêmico em instituições de ensino superior no exterior.

O objetivo divulgado foi investir em talentos acadêmicos brasileiros, envio ao exterior 101 mil estudantes até o ano de 2015, 75% pelo governo e 25% pela iniciativa privada, com um custo de 3,2 bi de reais.

Até 2013 43% das bolsas tinham sido concedidas basicamente com recursos públicos, a iniciativa privada recuou por discordar da forma. Outro dado importante, 90% da Bolsas foram para instituições públicas, em função do ENEM. No entanto, 73% das matrículas do ensino superior no país são na rede privada e apenas 27% na rede pública, aqui não calculo os milhares de alunos que estudam em redes privadas com recursos do PROUNI. Outro dado, gre parte dos alunos não conseguem acompanhar os cursos nas universidades as quais são enviados, por terem deficiência na língua local. Mais grave ainda é o fato de não existir uma fiscalização efetiva sobre os cursos desses alunos, muitos retornam e não tem validadas as disciplinas que fizeram ou fazem disciplinas que nada tem a ver com o objetivo que tinham e por aí vai. Quem esta feliz de fato são as Universidades estrangeiras que recebem os valores.

O Programa tem 3,2 bi e a educação básica teve em 2013, apenas 4,5 bi. A pirâmide mais uma vez está invertida, em vez de investimentos na educação básica, se investe na educação superior de forma discriminatória, mal planejada e executada, que pouco retorno dará ao país. Este é mais um triste exemplo do dinheiro mal aplicado na educação. Enquanto não afastarmos a política partidaria da educação vamos ver cada vez mais nossa educação afundo e o país sem perspectivas reais de crescimento.

Jocelin Azambuja Advogado
JC - 25/09/2014

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